INFÂNCIA: UM GRITO DE SOCORRO
Por
Viviane Vaz
A
cada 8 minutos uma criança é abusada sexualmente no Brasil, segundo
a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH).
Define-se
abuso pela existência de um sujeito em condições superiores
(Pautado numa relação de confiança da Criança, confundindo a
criança entre cuidado e violência) que comete um dano físico,
psicológico ou sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por
consentimento obtido a partir da indução ou sedução enganosa.
No
Brasil é Considerado Crime de Estupro de vulnerável (Art.
217-A) – “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 anos.” E ainda Crime de Satisfação
de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Art.
218-A.) – “Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, ou
induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a
fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem.”
Estima-se que
no Brasil 1 a cada 5 meninas já sofreu algum tipo de abuso
sexual. É o 2º tipo de violência mais comum. É impressionante
saber que 2% dos casos são denunciados, desses apenas 9% são
condenados. Mais ainda, quando sabemos que em 80% das denúncias, os
pais, tios e primos são os principais suspeitos. São nas relações
próximas que os maus tratos adquirem sua maior gravidade e
frequência.
Vale destacar que a pedofilia (CID.F65.4) é um
transtorno de personalidade caracterizado pelo desejo sexual por
crianças pré-adolescentes. Para que uma pessoa seja considerada
pedófila, é preciso que exista o diagnóstico de um psiquiatra.
Muitos casos de abuso e exploração sexual são cometidos por
pessoas que não são possuem esse transtorno de pedofilia especificamente. O que caracteriza o
crime não é o transtorno em si, mas a atitude de violar ou explorar
sexualmente uma criança ou um adolescente, ou seja a pessoa pode não ter o transtorno de pedofilia e cometer o crime.
O abuso sexual na
infância gera inúmeros traumas e seus desdobramentos. Os mais
conhecidos são:
- sentimento de culpa e vergonha,
- sensação de ser mau, sujo e pouco valor,
- perda da confiança em outras pessoas,
- doenças psicossomáticas,
- dependência química
- limitações inter pessoais e de conquistas profissionais,
- impotência sexual,
- doenças emocionais e patológicas,
- compulsões (sexuais, alimentares, etc.)
- Ideação e tentativas de suicídio.
Em alguns casos ocorrem prejuízos no desenvolvimento da
sexualidade, além de grande insatisfação na atividade sexual, esta
última vem carregada de um sentimento de nojo durante as relações,
misturando perversões nos atos com aversão das práticas, numa
dinâmica de repetições doentias. Não raro, ocorrem dificuldades
de relacionamento com pessoas do mesmo sexo do abusador.
Lute
conosco contra qualquer tipo de abuso!
Toda
criança precisa de amor e carinho verdadeiros, sem malícia e
imposição.
A sociedade não pode se omitir diante destas tragédias
e precisa ser local de proteção, oferecendo sigilo e proteção
para a vítima. Fazer justiça com as próprias mãos, agir no calor
da ira e tornar públicas tais atrocidades devem ser desconsideradas.
A justiça legal pertence ao estado, e a omissão também pode
incorrer em delito.
Serviços disponíveis como o “disque 100”
devem ser divulgados a fim de que quaisquer ocorrências possam ser
denunciadas sigilosamente, deflagrando ações das redes de proteção
as crianças pelos órgãos regionais.
Mais
informações com a psicanalista Viviane Vaz, pelo
e-mail vivi.vaz@gmail.com,
ou acesse o site projetonova.com.
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