INFÂNCIA A VENDA



Por Viviane Vaz
Entende-se por exploração sexual um indivíduo obter lucro com a atividade sexual de outro. Crianças são vendidas pelos responsáveis para suprir a extrema pobreza de suas famílias.
Trata-se de um crime hediondo segundo o código penal brasileiro: lei nº 12.015. Vamos destacar algumas formas mais comuns. 

O crime de rufianismo popularmente conhecido como cafetinagem. Outro crime mais comum do que se imagina: o tráfico de pessoas para fins sexuais. Pessoas subtraídas de seu ambiente e seu corpo comercializados. Gente de alma violada e amputada do seu destino, sua identidade deformou-se. 

Outra forma de exploração é a pornografia infantil. A saber, a produção, utilização, exibição, comercialização de material (fotos, vídeos, desenhos) com cenas de sexo ou com conotação sexual das partes genitais de uma criança. Tem sido muito explorada, sobretudo em nossos dias, onde o acesso a rede mundial se dá rapidamente por dispositivos móveis e multifuncionais, onde internautas acessam e compartilham conteúdos. 

A grande pergunta é: o que a sociedade e o estado tem a haver com tudo isso? 

Jamais subestime uma situação tratando a criança como um ser sem identidade. A tarefa da sociedade é denunciar e exigir ações para o cuidado desses feridos, demonstrando sensibilidade diante de suas terríveis histórias fazendo com que encontrem meios de se locomover em suas existências, com qualidade de vida e autonomia. A maioria das plataformas de redes sociais tem meios de denunciar, não se omita diante disso, nunca saberemos como é o olhar por traz das telas. 

É papel da sociedade e do estado combater essas formas de degradação humana, se manifestando, atuando como formadora de opinião e que não compactua com qualquer tipo de violação humana. 


O amor prático tem que ser nosso cotidiano! 

Os sofrimentos decorrentes da exploração sexual, da violência e da rejeição, fazem os sobreviventes imaginarem um mundo sem nenhuma esperança! 

O estado precisa ser mais eficaz no cuidado e humanizando o atendimento com uma escuta especial que não revitimiza a pessoa violada, independente da origem ou natureza. Ser local seguro para todos, onde o ferido é aceito, ouvido, compreendido e encorajado a mudar, um ambiente de sigilo e cumplicidade. É imprescindível não expor a identidade nem rotular as vítimas dentro da própria comunidade.
Seja um agente de transformação não só da nossa sociedade, mas também de proporcionar que pelo menos uma vida que seja liberta da exploração! 

Denuncie através do número 100, ou pelo aplicativo “Proteja Brasil”
Mais informações com a Viviane Vaz, 
Coordenadora do Projeto NOVA 
Autora do Livro “Infância Amputada – o cuidado de sobreviventes da violência sexual e prostituição”, 
vivi.vaz@gmail.com, ou acesse o site projetonova.com.






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