Violência na escola
É possível transformar o ciclo de violência num ciclo de amor!
"Sim, a violência é cultural e universal.
Mas ao mesmo tempo mistificada e incompreendida."
Um
princípio que assimilei com minhas observações, é que a violência
é um comportamento aprendido, com isto tenho obtido respostas a
problemática.Vide
o fato de que a infância e adolescência são momentos únicos na
vida de uma pessoa. Daí a necessidade de proteção, para a
construção do self (ser) e toda sua relação com
o mundo de maneira integral. Com o corpo e mente em desenvolvimento,
cada detalhe vivido determinará seu futuro. Baseado nisso que até
os 18 anos, não se tem tantas responsabilidades, já que essa mente
está vulnerável a receber os principais ensinamentos para a vida
toda.
Dentro desse processo a escola e a família conjugam esse
momento tão essencial, norteando esta pessoa juntamente com sua
própria personalidade, dons e talentos únicos.
A dependência é
uma característica da infância e adolescência, a medida que o
desenvolvimento progride, a criança tem um ego relativamente
integrado, e com a sensação de que o núcleo do si-próprio habita
o seu corpo. Ela e o mundo são duas coisas separadas. A etapa
seguinte é conseguir alcançar uma adaptação à realidade.
Nesse processo é possível e preciso empodera-los no que diz
respeito aos princípios, direitos e deveres, que o definirão
enquanto ser humano.
Uma
criança que assiste violência num aparelho eletrônico, que
vivencia a violência dos pais, que sofre maus-tratos em casa, que
aprende a política do “bateu levou”, obviamente irá reproduzir
tais atitudes entendendo que essa é a função e a forma de SER do
humano. Ao chegar na escola, essa violência é aguçada pois em
comunidade que se aflora os problemas de relacionamento, e irá
solucionar da maneira que este aprendeu.
Ao
ouvir relatos de crianças que abusam de outra criança, vejo que
essa criança que cometeu tal ato libidinoso foi vitima de algum
abuso reproduz o que vivenciou.
Qualquer
tipo de violência seja física, psicológica, moral ou sexual, gera
alguma forma de prejuízo (cognitivo, comportamental ou social),
ainda é possível incluir as crianças que nascem com algum tipo de
desordem ou deficiência como resultado de agressões às mães
durante a gravidez. Questões psicológicas e intrínsecas do self,
em decorrência de um senso de raiva ou injustiça em relação a
figuras percebidas como maléficas. Pessoas agressivas apresentam
déficit na internalização de figuras boas, além de um déficit
egóico, que se caracteriza por uma ausência da capacidade de
reflexão do self e da capacidade de pensar, o que causa implicações
diretas na regulação de emoções.
O
Estatuto da Criança e Adolescente diz é dever da família, da
sociedade e do estado proteger os direitos destes, entretanto é mais
fácil abster-se esperando que o outro o faça, e ninguém toma a
responsabilidade para si. Seja na Família, na sociedade ou no
estado, em algum deste eu e você estamos inseridos, por tanto esse
dever é nosso. Não só da escola ou da família, como sociedade
podemos e devemos fazer algo para lutar pelos que não sabem que têm
direitos, pelos que são reproduções de adultos doentes
emocionalmente.
O
professor no caso tem um papel essencial pois causa empatia de alguns
e pode se tornar agente de proteção, quando percebe os sinais de um
aluno com possível conflito interno e registra esse fato, podendo
encaminhar para um acompanhamento adequado para a situação. Não
cabendo a ele, o papel de realizar o julgamento da situação, muito
menos a psicoterapia necessária, o ser agente de proteção serve
como um sinalizador para o caminho da restauração.
A
escola pode propiciar a construção da resolução conflitos gerando
habilidades sociais, através de um dialogo humanitário, respeitando
as diferenças, buscando soluções em comunidade, oferecendo
informações preventivas, proporcionando responsabilidade diante dos
prejuízos causados e ressaltando dignidade do educador como
profissional idôneo.
"A educação sozinha não transforma a sociedade,
sem ela tampouco a sociedade muda."
(Paulo Freire)
Viviane
Vaz
Psicanalista, Missiologa, Escritora,
Coordenadora do Projeto NOVA e mãe do Kaleb e Rafael.
Psicanalista, Missiologa, Escritora,
Coordenadora do Projeto NOVA e mãe do Kaleb e Rafael.
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